Confira a íntegra do texto publicado pelo site www.notibras.com.br (no dia 12 de setembro de 2012) com um perfil muito bem redigido sobre o lobista Djalma Santos, também conhecido como Bacana, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para denunciar a família Ortiz no caso da FDE.
Djalma Santos, versão paulista de Cachoeira, manipula tudo.
Dezenas de milhões de estudantes da rede pública de ensino em todo o país, em sua imensa maioria filhos de famílias pobres, pagaram um enorme preço social no passado próximo por um dos maiores escândalos denominado “Mafia da Merenda” e novamente estão correndo o efetivo risco de não poderem contar com os uniformes escolares no próximo ano letivo. Denúncias, irregularidades, tentativas de extorsão, manipulação de concorrências públicas e um emaranhado de processos judiciais dão forma ao intrincado jogo num mercado que movimenta bilhões de reais em todos os Municípios e Estados.
O setor de empresas têxteis produtoras de uniformes escolares, fardamento, e outras categorias de vestimentas e que devidamente registradas, qualificadas, que geram emprego e renda, que pagam seus impostos e dão manutenção ao mercado, passaram a enfrentar a concorrência acirrada de “firmas spots”, abertas ao sabor dos propósitos específicos de acobertar transações obscuras, algumas funcionando em endereços fantasmas, ou com imensos passivos, fichas cadastrais lamacentas, com registro de apenas 2 funcionários e movimentando milhões de reais e vários de falência.
Recentemente, como costuma acontecer no país com carga tradição de impunidade, determinado veículo de informação denunciou a continuidade da farra dos uniformes, especialmente na prefeitura de São Paulo. O Ministério Público e o Departamento de Polícia Federal já investigam a possibilidade de vícios, desvios e direcionamentos nas compras da Secretaria de Educação. Contudo e para equilibrar as contínuas sinalizações de impunidade que pesam sobre os partidos políticos, recorremos a pesquisa histórica sobre evento recente da chamada “Máfia da Merenda”, que ademais de possuir um operador de esquemas conhecidíssimo no mercado através “empresas ocasionais ou spot”, criadas com propósitos específicos de fraudar o erário público é o “Bacana elo de ligação” entre os dois mundos, o que será apresentado ao longo desta matéria. Remetamo-nos a questão fática da “Máfia da Merenda” que guarda impressionantes características no seu “modus operandi” e operador o “Bacana”.
Conforme publicado em larga escala na mídia nacional a Promotoria de Justiça do Patrimônio publico e social da Capital, no dia 04/08/2009 apresentou ao Ministério público, “Ação Civil Publica”, esmiuçando com assombroso volume de provas, documentos e detalhes, a arquitetura e os meandros do submundo das escusas armações ocorridas no Processo de Terceirização da Merenda escolar no Governo Marta Suplicy, um conjunto de empresas se uniram à políticos para terceirizar a merenda pública municipal, com o espúrio propósito de auferir lucros baseado na eliminação da concorrência publica, concentração de Mercado e direcionamento de editais, aumento dos preços totais de forma disfarçada, criação de um grande veículo de financiamento de campanhas eleitorais, enfim tudo igual e ademais de possuírem um inegável suporte jurídico de José Eduardo Bello Visentin, mais conhecido pela alcunha de “O Bello Visentin”, especialista em retaguarda, limpeza de rastro de ruminantes, falcatruas e preparação de dossiês para pressionar aqueles que querem insurgir contra os mal feitos. Corre na PF que “O Bello Visentin”é profundo conhecedor das brechas permitidas pela lei para livrar meliante dos lugares onde devem estar.
Mas o que mais atraiu a atenção do Ministério Público e da Polícia Federal na última denuncia sobre a essas operações, foi o lobista e “facilitador de negócios” que está rigorosamente citado em todos os negócios mal explicados nas supostas “Máfias”.
Um procurador do MP em contato com Notibras, calculou que a atuação do lobista “Bacana” causou prejuízos que podem atingir a casa dos bilhões. “Enquanto esses marginais estiverem agindo livre e impunemente, as perdas para a sociedade e os governos são inenarráveis”, afirmou o procurador, visivelmente contrafeito em seu gabinete na sede do MP em São Paulo. “E esse indivíduo é o pior de todos eles”, disparou.
O alvo da indisfarçável indignação do MP é Djalma da Silva Santos. Após protagonizar quebras e falências, estrelar escândalos e processos criminais, Djalma Santos saltou da obscuridade para as páginas da imprensa, ao dizer-se ameaçado de morte e formular algumas denúncias contra empresas, empresários e prefeituras. Ele é personagem conhecida e figurinha carimbada no submundo dos negócios mal feitos e mal explicados em São Paulo. Nascido em Pindamonhangaba e residente em Taubaté, desde sempre demonstrou imensa desenvoltura para o complicado jogo de tentar interferir nas concorrências públicas e de fazer notável confusão entre o dinheiro público e o seu próprio dinheiro.
Essa personagem, que está aflorando do submundo paulista para as manchetes da imprensa nacional poderá – na insuspeita avaliação de um diretor do DPF – ser “um novo Carlinhos Cachoeira”. Ele esclarece sua impressionante assertiva: “um malandrinho do interior de São Paulo que aplicava pequenos golpes e dava cheques sem-fundo em profusão, depois abre um prostíbulo e vai a falência, e agora está envolvidos em negócios que chegam aos milhões de reais, como a compra de uniformes escolares para a prefeitura de São Paulo e a compra de merenda escolar para a rede pública estadual, está percorrendo a mesma trajetória de PC Farias, do juiz Lalau, do Cachoeira”.
Ao tentar extorquir diversas empresas fornecedoras, para as quais supostamente prestaria serviços, Djalma da Silva Santos – que nunca se deixa fotografar e desfila em carros de alto valor, com vidros negros espelhados e indescritíveis disfarces que vão de perucas ruivas e bigodões postiços até batinas – criou uma lenda urbana em torno de sua figura. Aos 43 anos, completados em agosto, ele desperta tanto revolta entre os que foram vítimas de suas ações quanto visível interesse nos promotores e delegados. Uns buscam a reparação de milhões perdidos, outros querem vê-lo atrás das grades, longe do convívio social, pagando pela longa ficha criminal.
Com duas condenações por estelionato, quase R$ 1 milhão de dívidas executadas em bancos e uma longa lista de 41 protestos, Djalma é dono ou sócio majoritário de três empresas: uma leva o seu nome e as outras são a Bravo (importação e exportação) e a Foco (assessoria, gestão de projetos e publicidade). Em seus cadastros levantados pelas autoridades policiais sua renda mensal declarada é de simplórios R$ 1.352,00, ou seja, por volta de dois salários mínimos. Mas, apesar disso, ele move milionárias ações trabalhistas contra empresas que o acusam de achaque. “Ele nunca trabalhou em nenhuma delas. Apareceu oferecendo favores, levou na conversa fiada, tentou participar ou melar algumas concorrências públicas e, ao ser desmascarado e não conseguir apresentar qualquer retorno às empresas, ameaça, exige dinheiro e, se não consegue, parte para a retaliação em todas as áreas. Um típico caso de estelionatário de alta periculosidade”, desvenda o experiente delegado da PF.
Elementos como Djalma da Silva Santos, cuja ficha criminal e do Serasa competem em progressão acelerada, tem causado estragos brutais ao patrimônio nacional. Quem poderia imaginar que um bicheiro do interior goiano, aparentemente recolhida à velha e decadente contravenção, seria na verdade o operador de um impressionante esquema de poder político e de manipulação de governos, indo da área da construção de obras públicas à nomeação de secretários de Estado e comandantes da PM local, e até mesmo do suborno a delegados de organismos insuspeitos e sabidamente sérios como a própria Polícia Federal? Pois é.
Djalma, como Cachoeira, atua nas sombras do poder. Seu envolvimento na compra de alimentos para a merenda escolar em São Paulo, num impressionante que processo que deverá levá-lo ao xadrez, explodiu faz pouco tempo. E, não por acaso, no governo de seu conterrâneo de Pindamonhangaba, Geraldo Alckmin, onde tentou envolver o irmão de Dona Lú Alckmin, primeira-dama paulista, Paulo César Ribeiro. Agora é o promotor quem conta: “Quando esse escândalo eclodiu, o Djalma de Taubaté em plena madrugada. Estava sendo observado pelo serviço reservado da polícia civil e, como é muito esperto, pulou um muro e desapareceu por vários dias. Mas, o mais intrigante é que ainda não havia um mandado de prisão, apesar dele ser peça-chave nessa lambança toda”.
Foi no Bacana Drink’s, uma movimentada e suspeitíssima casa noturna, situada na Avenida Coronel Fernando Prestes, em sua cidade natal, onde nasceu o ambicioso plano de direcionamento de concorrências públicas para a compra superfaturada de merenda escolar. Alguns parceiros se reuniram sob a batuta de Djalma da Silva Santos (conhecido na região do Vale do Paraíba como “o bacana”) para combinar a formação de um repulsivo cartel. Da noite movimentada e alegre, onde o velho malte escocês e insinuantes garotas-de-programa alegraram os fraudadores e elevaram decibéis no ambiente e comissões aos compradores, para as páginas policiais foi um pulo. Quase R$ 7 milhões foram raspados dos cofres da prefeitura de Pindamonhangaba pela empresa Verdurama. “Ele é um dos cabeças, mas não deixou as digitais no negócio. Só nos copos do prostíbulo dele onde a quadrilha se reunia”, diz a promotoria.
Djalma da Silva Santos, que se apresenta como vítima e delator no caso dos uniformes escolares em São Paulo, em verdade é o mentor de imensas fraudes contra governos e empresas. Ameaça e se diz ameaçado; trapaceia e se apresenta como ilaqueado em sua boa fé; malversa fundos públicos e permanece impune; tornou-se testemunha profissional em processos de seu interesse por obra de união com advogado de má fama – “O Bello Visentim”. Aos 43 anos de idade e ainda solto, Djalma e seu comparsa são projetos prontos e acabados de cidadãos que o Brasil não precisa, não quer e rejeita.
ENTREVISTA REALIZADA PELO JORNAL CONTATO COM O ADVOGADO JOSÉ EDUARDO BELLO VISENTIM NO DIA 12 DE SETEMBRO DE 2012
ENTREVISTA COLETIVA CONCEDIDA POR ORTIZ JÚNIOR, CANDIDATO A PREFEITO PELO PSDB EM TAUBATÉ, NO DIA 27 DE SETEMBRO PARA REBATER AS ACUSAÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO SOBRE FORMAÇÃO DE CARTEL DA FDE