Pesquisa realizada pela MDA de 2 a 5 de junho e divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que a administração do presidente interino, Michel Temer, aprovação de 11,3%, quase idêntica à de Dilma Rousseff que era de 11, 4%. Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança.

Conclusões

Os dados mostram melhor avaliação do governo Michel Temer na comparação com o de Dilma Rousseff. Entretanto, ainda há elevado percentual de indecisos na percepção sobre o atual governo.

Em relação ao impeachment de Dilma Rousseff, a maioria considera o processo legítimo e concorda com o seu afastamento.

As expectativas para os próximos seis meses são de moderado otimismo quando se pergunta sobre a geração de emprego e saúde, além de pequena melhora para educação, segurança e renda mensal. As duas principais demandas atuais da população são geração de empregos e melhorias no sistema de saúde.

Sobre o tema Previdência Social, percebe-se grande desconhecimento em relação às regras de aposentadoria. Já no que se refere a uma eventual reforma trabalhista, há ampla concordância com necessidade de se atualizar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Sobre as eleições presidenciais, se elas fossem hoje, é importante destacar que, num cenário com mais candidatos, Lula lidera todas as intenções de voto no primeiro turno. Já nas simulações de segundo turno, ele perde para Marina Silva e obtém empate técnico com Aécio Neves e Michel Temer.

 

Avaliação do governo federal

A avaliação do governo do presidente interino Michel Temer é positiva para 11,3% dos entrevistados, contra 28,0% de avaliação negativa. Para 30,2%, a avaliação é regular e 30,5% não souberam opinar. A aprovação do desempenho pessoal do presidente atinge 33,8% contra 40,4% de desaprovação. E 25,8% não souberam opinar.

 

Expectativa (para os próximos 6 meses)

Emprego: vai melhorar: 27,2%; vai piorar: 33,4%; vai ficar igual: 37,5%

Renda mensal: vai aumentar: 19,8%, vai diminuir: 26,4%, vai ficar igual: 51,1%

Saúde: vai melhorar: 20,4%, vai piorar: 36,6%, vai ficar igual: 41,3%

Educação: vai melhorar: 20,7%, vai piorar: 32,5%, vai ficar igual: 45,0%

Segurança pública: vai melhorar: 19,3%, vai piorar: 38,8%, vai ficar igual: 40,2%

 

Eleição presidencial 2018

1º turno: Intenção de voto espontânea

Lula: 8,6% ; Aécio Neves: 5,7%;  Marina Silva: 3,8%; Dilma Rousseff: 2,3%; Michel Temer: 2,1% ; Jair Bolsonaro: 2,1% ; Ciro Gomes: 1,2% ; Geraldo Alckmin: 0,6%;  Joaquim Barbosa: 0,6%;  José Serra: 0,3%;  Outros: 1,7% ; Branco/Nulo: 16,7%;  Indecisos: 54,1%;

 

1º turno

Intenção de voto estimulada

Cenário 1: Lula 22,0%, Aécio Neves 15,9%, Marina Silva 14,8%, Ciro Gomes 6,0%, Jair Bolsonaro 5,8%, Michel Temer 5,4%, Branco/Nulo: 21,2%, Indecisos: 8,9%

Cenário 2: Lula 22,3%, Marina Silva 16,6%, Geraldo Alckmin 9,6%, Ciro Gomes 6,3%, Michel Temer 6,2%, Jair Bolsonaro 6,2%, Branco/Nulo: 24,0%, Indecisos: 8,8%

 

2º turno

Intenção de voto estimulada

Cenário 1: Aécio 34,3%, Lula 29,9%, Branco/Nulo: 28,8%, Indecisos: 7,0%

Cenário 2: Aécio 32,3%, Temer 15,8%, Branco/Nulo: 42,2%, Indecisos: 9,7%

Cenário 3: Aécio 29,7%, Marina, 28,0%, Branco/Nulo: 34,6%, Indecisos: 7,7%

Cenário 4: Lula 31,7%, Temer 27,3%, Branco/Nulo: 33,4%, Indecisos: 7,6%

Cenário 5: Marina 33,7%, Temer 20,9%, Branco/Nulo: 37,0%, Indecisos: 8,4%

Cenário 6: Marina, 35,0%; Lula 28,9%; Branco/Nulo: 30,0%; Indecisos: 6,1%

 

Comparação dos governos Temer e Dilma

54,8% disseram que o governo de Michel Temer está igual ao de Dilma Rousseff e que não se percebe nenhuma mudança no país.

Para 20,1%, está melhor, por já perceberem mudanças positivas no país.

Outros 14,9% acreditam que está pior e que as mudanças feitas pioraram as condições do Brasil.

Além disso, para 46,6%, a corrupção no governo Michel Temer será igual ao do governo Dilma Rousseff; 28,3% acreditam que será menor e 18,6% consideram que será maior.

 

Ações prioritárias (medidas que devem ser adotadas)

Gerar emprego: 57,0% Melhorar a saúde: 41,4% Combater a corrupção: 30,6% Melhorar os resultados da economia: 24,7% Reduzir gastos do governo: 15,5% Melhorar a segurança: 14,8% Fazer reformas: 6,8% Reformas mais importantes para o Brasil Trabalhista: 35,0% Política: 31,7% Tributária: 9,4% Judiciária: 8,5% Previdenciária: 8,4%

 

Impeachment

62,4% defendem que foi correta a decisão pelo afastamento de Dilma Rousseff do cargo, tomada pelo Congresso Nacional.

33,0% acreditam que a decisão foi errada e que ela não precisava ter sido afastada.

Para 61,5%, o processo de impeachment foi legítimo, contra 33,3% que avaliam que não foi. Ao final do julgamento de Dilma Rousseff, 68,2% acreditam que ela será cassada e Michel Temer permanecerá na presidência. Já 25,3% pensam que Dilma reassumirá o cargo de presidente.

45,6% dos entrevistados consideram que o processo de impeachment fortalece a democracia brasileira, contra 34,3% que avaliam que enfraquece.

Causas para o impeachment:

Sobre as causas que motivaram o processo, 44,1% citam a corrupção no governo federal. 37,3% atribuem à tentativa de obstrução da operação Lava Jato e 33,2% opinam que foram as pedaladas fiscais.

 

Antecipação das eleições

Para 50,3%, a eleição para presidente marcada para 2018 deveria ser antecipada para este ano. 46,1% consideram que a eleição não deve ser antecipada.

 

Lava Jato e corrupção

89,3% têm acompanhado ou ouviram falar das investigações no âmbito da operação Lava Jato e que envolvem a Petrobras. Nesse grupo, 66,9% consideram que a presidente Dilma Rousseff é culpada pela corrupção que está sendo investigada e 71,4% acham que o ex-presidente Lula é culpado.

Sobre o futuro da operação Lava Jato, 36,2% acreditam que ela nem será fortalecida, nem será enfraquecida no governo Michel Temer, permanecendo como está. Para 29,3%, a Lava Jato será fortalecida e 26,0% consideram que será enfraquecida.

 

Desemprego

53,2% dos entrevistados estão empregados no momento.

33,4% não estão empregados e não estão procurando emprego.

13,2% não estão empregados, mas estão procurando emprego.

Entre os que estão trabalhando, 59,8% temem perder o emprego por causa da crise. Do total de entrevistados, 52,6% gostariam de abrir um negócio próprio e 85,8% conhecem alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses. Além disso, 30,4% disseram que alguém do domicílio perdeu a vaga de trabalho no último ano, sendo que, dentro desse grupo, 75,2% buscaram emprego, mas ainda não conseguiram se recolocar no mercado. Outros 17,9% já conseguiram emprego e 5,4% buscaram cursos de capacitação ou voltaram a estudar.

 

Previdência

15,0% dos entrevistados são aposentados, sendo que, dentro desse grupo, 38,0% continuam trabalhando.

Para os 85,0% que afirmaram não estar aposentados, 48,8% têm pouco ou nenhum conhecimento sobre as regras de aposentadoria ou sobre quando irão se aposentar. 30,1% têm conhecimento parcial sobre o tema e 15,9% sabem as regras e quando terão concedida a aposentadoria.

Sobre uma possível reforma da previdência, 64,7% são contrários a qualquer alteração nas regras, mas 61,3% acham que é necessário estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria. E 56,9% acreditam que essa idade deve ser a mesma para homens e mulheres.

 

Reforma Trabalhista

64,5% acreditam que a legislação trabalhista brasileira deve ser atualizada.

Para 36,7%, uma reforma trabalhista precisa garantir todos os direitos atuais aos trabalhadores.

32,6% consideram que é preciso que se facilite a negociação entre trabalhadores e empregadores.

Enquanto isso, 21,8% concordam com a flexibilização de alguns direitos, para melhorar as chances de contratação.

33,6% pensam que a atual legislação dificulta a realização de acordos que atendam aos interesses de empregadores e empregados e 46,6% são favoráveis à terceirização de qualquer atividade nas empresas.