Dois episódios locais, um recente e outro ocorrido em 2003 (pré-campanha de 2004), ilustram a frustração com lideranças e partidos políticos que tomou conta do Brasil

 

Confusão Democratas 1

De repente, não mais que de repente, eis que o deputado estadual padre Afonso (PV) recebe o convite para assumir na terra de Lobato o partido das ideias que ninguém conhece, o DEM. O autor foi o colega Ademir Chedid (DEM), através de seu assessor, para quem o partido não existiria em Taubaté.

 

Confusão Democratas 2

A direção do DEM não sabia que ele está constituído, possui uma Comissão Provisória presidida pela vereadora Maria Gorete Toledo. Ela mesma conta que “Um dia dormi presidente e acordei destituída. Quem me informou foi o Chacrinha (Edson Quirino dos Santos Júnior), assessor do prefeito Ortiz Jr.

 

Vereadora Maria Gorete

Vereadora Maria Gorete

 

Confusão Democratas 3

Demian Simi, assessor do deputado padre Afonso (PV), foi escalado para presidir o DEM local. Nesse confuso período, houve inserções do partido em horários políticos em TVs e rádios, mas Gorete sequer foi informada ou consultada. Um desrespeito total à única parlamentar do partido em Taubaté.

 

Confusão Democratas 4

Chateada, Gorete tornou público seu descontentamento com a sigla partidária onde se encontra abrigada. Tudo indica que foi uma grande confusão provocada pela precária estrutura político-partidária vigente nesse país. (Veja a entrevista Folclore mas é real abaixo)

 

Confusão Democratas 5

Padre Afonso explica o imbróglio. Os dirigentes do DEM achavam que o presidente da Comissão Provisória seria Erich Giovanni Batista Leite, um militante muito criticado pela direção estadual e desconheciam que a vereadora era a atual presidente e que teria conseguido ordenar minimamente o partido local, inclusive com 23 candidatos a vereadores já acertados.

 

Confusão Democratas 6

O deputado verde deu essa versão para Chacrinha que telefonou à vereadora para informá-la que não era mais a presidente da Comissão Provisória local. Padre Afonso conta que “Quando soube que ela estava brava, procurei-a para informá-la sobre o que havia acontecido, uma vez que nem eu e nem eles (do DEM em São Paulo) estávamos sabendo de nada. Imediatamente agendei uma reunião que foi realizada na terça-feira, 26, na Assembleia Legislativa com o assessor do deputado Ademir Chedid, responsável por esse assunto”.

 

Confusão Democratas 7

Gorete confirma essa versão depois de se reunir na quarta-feira, 27, com o prefeito Ortiz Jr. “Foi tudo resolvido pelo diálogo. Continuo presidente da Comissão Provisória do DEM em Taubaté”, afirma a vereadora. Tia Anastácia acende seu palheiro enquanto fuça seus arquivos. A velha senhora descobriu um folclore bastante ilustrativo que seu sobrinho predileto registrou em dezembro de 2003.

 

Folclore, mas é real

Na pré-campanha para a Prefeitura em 2004, CONTATO entrevistou o engenheiro Clóvis Cunha que acreditava ser o escolhido pelo então prefeito Bernardo Ortiz para sucedê-lo. Confira o final da entrevista e tire suas conclusões

Clóvis Cunha

Clóvis Cunha

Contato – Existiriam então duas articulações: uma que é a coligação de partidos e outra que envolve a assessoria do Bernardo.

Clóvis Cunha – Posso garantir que a coligação está dando total apoio a mim. Se existe outro grupo, desconheço. E só avancei porque fui liberado pelo Bernardo e conto com o apoio do grupo (coligação).

C – O sr. teria mais algum apoio?

CC – Além do que já disse, eu gerencio mais quatro partidos que formarão nossa coligação.

C – O sr. usou uma expressão muito interessante “O Clóvis gerencia outros quatro partidos que fazem parte da coligação.” Quais seriam esses partidos?

CC – Perfeitamente. O PTC (Partido Trabalhista Cristão), PT do B (Partido Trabalhista do Brasil), PAN (Partido dos Aposentados) e o PTN (Partido Trabalhista Nacional).

C – Sem nenhuma conotação pejorativa, são todos nanicos. (risos)

CC – Mas são partidos que permitem a composição de uma grande chapa de candidatos a vereador. Todos eles estão com chapas completas. Além disso, eu tenho a maioria do diretório do PSDB, parte do diretório estadual e, só completando, tenho apoio dentro do Palácio (do Bom Conselho) e que fui convidado para assumir uma superintendência no DAEE, pelo próprio governador Geraldo Alckmin.

C – Voltando a sua intrigante afirmação, o que vem a ser a de gerenciamento de quatro partidos?

CC – São pessoas de nossa confiança que assumem a Comissão Provisória desses partidos. São diretamente ligadas a mim.

C – Se eu fosse mais rigoroso, poderia afirmar que se trata de quatro partidos criados por Clóvis Cunha?

CC – Sim. É isso mesmo! São partidos que já existiam, mas que agora estão conosco.

C – Esses quatro partidos seriam o seu cacife político?

CC – Meu cacife é o PSDB, do qual sou membro do Diretório Municipal.

C – Poderia também afirmar que o grande articulador da candidatura Bernardo Ortiz chama-se Clóvis Cunha?

CC – Fico até contente por você dizer isso. O Clóvis Cunha apareceu (risos).

C – Posso concluir que diante desse quadro Bernardo terá um grande argumento para convencer Peixoto a desistir?

CC – Essa é uma conversa que Bernardo terá de ter lá na frente com Peixoto. A minha eu tenho no dia a dia com o Bernardo.