A Universidade de Taubaté reconhece que não será capaz de fechar o orçamento planejado para o ano de 2017, avaliado em R$ 226 milhões
Em audiência para prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2017, na Câmara Municipal de Taubaté, Francisco de Assis Coelho, assessor de Finanças da Unitau, revelou um dado alarmante sobre a situação econômica da universidade.
Segundo o assessor financeiro, a autarquia dificilmente chegará a 100% do orçamento da receita, em 2017. Durante a prestação de contas, Francisco de Assis Coelho apontou que a Universidade de Taubaté realizou 23,63% da receita de R$ 226 milhões previstos para esse ano.
A reunião contou com a participação de Jessé Silva (PSD) e Loreny (PPS), que comentou sobre a situação preocupante da Unitau.
“De fato a Universidade de Taubaté, que é uma autarquia municipal constituída por lei e formada através de transferências de bens patrimoniais da Prefeitura Municipal, pertencendo, portanto, ao povo de Taubaté, está passando por uma grave crise financeira, cujas origens estão nos anos seguidos de má gestão; de falta de planejamento estratégico e de ações planejadas e transparentes. Durante décadas a UNITAU foi a única opção no Vale do Paraíba para quem desejasse diploma de curso superior, com o tempo a concorrência chegou e hoje temos uma gama enorme de outras opções no mercado universitário local e regional que antes não havia. É fundamental que a UNITAU se adeque a nova realidade a qual está inserida, não somente na diversificação dos seus cursos oferecidos considerando as perspectivas para as próximas décadas, mas principalmente na sua estrutura interna e no seu controle de custos”.
A vereadora considera que a situação do país refletiu diretamente no momento conturbado da universidade, que, segundo a mesma, precisa procurar alternativas para reparar erros constantes na receita orçamentária.
“A situação financeira-orçamentária reflete o momento vivido. 75% da receita orçamentária advém do pagamento das semestralidades dos alunos. Já as despesas com pessoal e encargos sociais consomem 69,50% dos recursos arrecadados. Neste quadro, ficam afetados a política de recursos humanos, cujos servidores acumulam perdas salariais, sendo que pelo terceiro ano seguido estão sem a revisão anual e estão com problemas relativos aos seus benefícios como o Vale Transporte, Cesta Básica e Plano de Saúde; bem como todas os demais investimentos necessários em manutenção e conservação patrimonial demais melhorias necessárias para a oferta dos seus serviços.”
Durante a audiência, Loreny cobrou da Unitau, juntamente com Jessé Silva, a prestação de contas no Portal Transparência. A parlamentar explicou o motivo:
“Com relação a divulgação dos dados da UNITAU no Portal da Transparência, encaminhamos requerimento ao Reitor solicitando o cumprimento do estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pela Lei do Acesso à Informação, que obrigam os entes públicos a divulgarem na Internet aos dados de seus balanços e da respectiva execução orçamentária. Após nosso requerimento alguns dados já estão sendo disponibilizados no Portal da Transparência e tivemos o compromisso do Professor Mário Pellógia que em breve todos os relatórios serão disponibilizados.”
A parlamentar também disse que acredita que “a solução para a crise esta dentro da própria universidade, bastando apenas resolver os graves problemas de gestão que ao longo dos anos estão comprometendo um dos mais importantes patrimônios públicos de Taubaté”.
Segundo Francisco de Assis Coelho, a intenção da Unitau para 2018 é manter a previsão de 2017. O assessor destacou, por fim, que a diferença entre receita e despesa, que representa R$ 10 milhões no quadrimestre, se deve a ação de gestores para garantir o exercício financeiro.