Sueli Costa convida Fernanda Cunha e Áurea Martins, gravado ao vivo no Centro da Música Arthur da Távola, no Rio de Janeiro, é o novo CD independente de Sueli Costa, com o qual ela comemora 50 anos de carreira
Pianista e compositora, Sueli volta ao público com um CD com músicas que a ajudaram a tornar sua trajetória em uma das mais sólidas da nossa música. Para tocá-las, além de Sueli e seu piano, foram convidados Zé Carlos (violão), Berval Moraes (contrabaixo) e Helbe Machado (bateria), que “sentiram” como poucos as canções de Sueli.
Fernanda Cunha*, uma ótima cantora, conhecedora das composições de Sueli, tendo já gravado treze de suas músicas, produziu o disco e escolheu o repertório.
Áurea Martins tem na voz o poder de seduzir. Todos os que a escutam, deixam-se levar por irrefreável paixão por estar diante de uma entidade da música.
Ao abrir o álbum cantando “Vida de Artista” (dela e Abel Silva”), Sueli reaviva a delicadeza de sua voz, impregnando as melodias e harmonias com seu talento.
Sueli Costa gravando no estúdio
Fernanda e Áurea cantam cinco músicas cada uma. Algumas como solistas; outras, em duo, dentre elas, “Canção Brasileira” (Sueli Costa e Abel Silva). Sueli inicia e logo passa a bola para Fernanda e Áurea. Suas vozes se entendem por música.
A seguir, Fernanda sola “Canção Brasileira” (SC e Abel Silva). O violão chama a voz. Ela vem romântica. Cada nota, cada verso veem como que orgulhosos por estarem ali.
“Minha Arte” (SC e Ana Terra) vem pela voz de Áurea. Numa interpretação de fazer sangrar os corações, Áurea ilumina uma cidade.
Cantando com Sueli, Fernanda traz “Face a Face”(SC e Cacaso) – mais doçura à vista. Singular é a desafetação delas, tamanha é a simplicidade de seus cantares.
“Cobras e Lagartos” (SC e Hermínio Bello de Carvalho) tem bela intro. Áurea volta para cantar com Sueli. Os versos do poeta saem das gargantas com elegância, fruto da maturidade desse compositor maior. Com vocalizes, Áurea dá cor ao canto.
“Amor, Amor” (SC e Cacaso) chega pela voz de Fernanda. Violão e piano tocam a intro. A interpretação de Fernando é digna. Bela é a canção… Não dá mais pra segurar, viva Sueli!
Perdoem-me o impulso…
Mais calmo, sigo em frente: “Medo de Amar nº 2” (SC e Tite de Lemos) é solada por Sueli. A intro tem baixo e batera numa pulsação discreta, enquanto piano e violão tratam, e bem, da harmonia. Sueli cuida de sua cria, lambe-a, derrete-se por ela. Amá-la é inevitável. Meu Deus!
Áurea canta “Altos e Baixos” (SC e Abel Silva). Ela começa acompanhada só por violão e piano. Logo o violão improvisa e o piano abraça a batera e o baixo.
Para fechar a tampa, “Jura Secreta” (SC e Abel Silva). As três mulheres se ajuntam novamente. Cantando com uma força encantada, elas dão seus corpos à beleza da música.
Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4
*Fernanda, além de sobrinha de Sueli, é filha da saudosa cantora Telma Costa, que interpretou “Eu Te Amo” (Chico e Tom) junto com Buarque, tatuando ali, indelevelmente, a sua voz na cena da música popular brasileira.