Câmara
decide pelo veto do aumento aos servidores
Sem
a maioria absoluta, vereadores não conseguiram barrar
decisão do prefeito
Por
Marlon Maciel Leme
marlon@jornalcontato.com.br
Por
cinco votos favoráveis e sete contra, a Câmara Municipal
de Taubaté manteve o veto do prefeito Roberto Peixoto (PSDB)
ao projeto substitutivo, de autoria do vereador Chico Saad (PMDB),
que dispõe sobre aumento no salário dos servidores
da Casa. Mesmo tendo a maioria, os vereadores contrários
ao veto não obtiveram a vitória porque, para anular
a decisão do chefe do Executivo, precisavam da maioria
absoluta.
Dos 14 vereadores, 12 votaram na sessão realizada na última
terça-feira 25. Com exceção do presidente
Orestes Vanone (PSDB) –que vota apenas em casos de empate-,
o segundo voto ausente foi o do vereador Rodson Lima (PSC), que
pediu afastamento temporário das atividades parlamentares
no início dessa semana. Na primeira votação,
Rodson votou contra a decisão do prefeito.
Votaram pela manutenção do veto os vereadores Ângelo
Filippini (PSDB), Henrique Nunes (PPS), Carlos Peixoto (PSC),
Maria Gorete (sem partido) e Pollyana de Araújo (PPS).
Os sete vereadores que tentaram derrubar o veto são: Valdomiro
Silva (PL), Chico Saad (PMDB), Luizinho da Farmácia (PDT),
Maria Tereza (PSC), Maria das Graça (PTC), Jeferson Campos
(PT) e Ary Filho (PTB).
A sessão foi acompanhada por aproximadamente 20 funcionários
do Legislativo.
Durante a discussão, Carlos Peixoto, líder do prefeito
na Câmara, disse da tribuna que os vereadores não
são contra o aumento dos salários. “O que
falta é fazer um plano de carreira decente nessa Casa.
Agora, também é preciso parar de ficar fazendo boatos,
parar de ficar falando que eu fiz a cabeça do prefeito
[Roberto Peixoto] para não dar o aumento. O que é
isso, gente? O prefeito tem a cabeça feita. Ele é
quem administra a cidade, não eu. Quem sou eu para dizer
alguma coisa para ele [prefeito]?”, argumentou.
Em seguida, Orestes Vanone disse que nos próximos dias
será nomeada uma comissão para rever o assunto.
A definição pode sair dentro de 20 dias, segundo
o presidente da Casa.
Ivete Tenorio Cavalcante Macedo (centro) foi selecionada
para ser futura gerente do bingo no Independencia
Pressão
Outro ponto forte da sessão foi a votação
do projeto de lei de autoria do vereador Luizinho da Farmácia
(PDT) que altera a redação do artigo 643 da Lei
Complementar nº 7, de 17 de maio de 1.991 (código
de Ordenação do Município). A alteração
da lei irá permitir que um bingo –que ainda não
tem nome- seja instalado na Avenida Independência, na altura
da escola Senai.
Cerca de 40 pessoas favoráveis a alteração
estiveram na sessão para tentar pressionar os vereadores
a votarem de acordo com a proposta defendida pelo pedetista. A
favor da idéia de Luizinho, Ivete Tenório Cavalcante
Macedo, está prestes a ser contratada para exercer função
de gerente do novo negócio. Segundo ela, há oito
meses estão sendo selecionados candidatos para trabalhar
no bingo. “A seleção já está
feita. Esperamos agora que a alteração seja aprovada”.
Cristiane Reis da Silva é uma das candidatas. “Tenho
38 anos, não tinha emprego e o bingo me deu. Para quem
está desempregado e com três filhos para cuidar qualquer
coisa serve”, comentou.
O técnico em informática, Teddy Mayer, 29, também
é a favor da alteração na lei. “além
de abrir emprego, vai dar diversão à população”,
justificou.
Pessoas contrárias ao projeto também compareceram
à sessão. Luizinho chegou a se desentender com munícipes
que o cercaram na entrada do plenário. “Isso é
normal. Ninguém é mais democrático do que
eu, só que a minha opinião tem que ser respeitada.
Não tenho que legislar para agradar ‘A’ ou
‘B’, e sim por aquilo que é melhor”,
disse.
Para o estudante Bruno Funchal, 19, o bingo é “uma
atividade concentradora de renda que tira dinheiro do pobre para
beneficiar os ricos. Enquanto um ganha, outros 100 perdem”.
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