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O projeto defendido pelo vereador Luizinho entrou em discussão pela segunda vez na 35ª sessão da Câmara ocorrida na terça-feira, 25. Novamente a proposta gerou polêmica envolvendo principalmente Chico Saad, contrário à idéia, e Luizinho. Diversas pessoas compareceram à sessão para apoiar ou não a proposta. Durante seu discurso na tribuna, Luizinho solicitou à Mesa o adiamento da votação por mais duas sessões. O projeto deve ser votado no dia 15 de novembro.

 

 

 

 

 

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Câmara decide pelo veto do aumento aos servidores
Sem a maioria absoluta, vereadores não conseguiram barrar decisão do prefeito

Por Marlon Maciel Leme
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Por cinco votos favoráveis e sete contra, a Câmara Municipal de Taubaté manteve o veto do prefeito Roberto Peixoto (PSDB) ao projeto substitutivo, de autoria do vereador Chico Saad (PMDB), que dispõe sobre aumento no salário dos servidores da Casa. Mesmo tendo a maioria, os vereadores contrários ao veto não obtiveram a vitória porque, para anular a decisão do chefe do Executivo, precisavam da maioria absoluta.
Dos 14 vereadores, 12 votaram na sessão realizada na última terça-feira 25. Com exceção do presidente Orestes Vanone (PSDB) –que vota apenas em casos de empate-, o segundo voto ausente foi o do vereador Rodson Lima (PSC), que pediu afastamento temporário das atividades parlamentares no início dessa semana. Na primeira votação, Rodson votou contra a decisão do prefeito.
Votaram pela manutenção do veto os vereadores Ângelo Filippini (PSDB), Henrique Nunes (PPS), Carlos Peixoto (PSC), Maria Gorete (sem partido) e Pollyana de Araújo (PPS). Os sete vereadores que tentaram derrubar o veto são: Valdomiro Silva (PL), Chico Saad (PMDB), Luizinho da Farmácia (PDT), Maria Tereza (PSC), Maria das Graça (PTC), Jeferson Campos (PT) e Ary Filho (PTB).
A sessão foi acompanhada por aproximadamente 20 funcionários do Legislativo.
Durante a discussão, Carlos Peixoto, líder do prefeito na Câmara, disse da tribuna que os vereadores não são contra o aumento dos salários. “O que falta é fazer um plano de carreira decente nessa Casa. Agora, também é preciso parar de ficar fazendo boatos, parar de ficar falando que eu fiz a cabeça do prefeito [Roberto Peixoto] para não dar o aumento. O que é isso, gente? O prefeito tem a cabeça feita. Ele é quem administra a cidade, não eu. Quem sou eu para dizer alguma coisa para ele [prefeito]?”, argumentou.
Em seguida, Orestes Vanone disse que nos próximos dias será nomeada uma comissão para rever o assunto. A definição pode sair dentro de 20 dias, segundo o presidente da Casa.


Ivete Tenorio Cavalcante Macedo (centro) foi selecionada para ser futura gerente do bingo no Independencia

Pressão
Outro ponto forte da sessão foi a votação do projeto de lei de autoria do vereador Luizinho da Farmácia (PDT) que altera a redação do artigo 643 da Lei Complementar nº 7, de 17 de maio de 1.991 (código de Ordenação do Município). A alteração da lei irá permitir que um bingo –que ainda não tem nome- seja instalado na Avenida Independência, na altura da escola Senai.
Cerca de 40 pessoas favoráveis a alteração estiveram na sessão para tentar pressionar os vereadores a votarem de acordo com a proposta defendida pelo pedetista. A favor da idéia de Luizinho, Ivete Tenório Cavalcante Macedo, está prestes a ser contratada para exercer função de gerente do novo negócio. Segundo ela, há oito meses estão sendo selecionados candidatos para trabalhar no bingo. “A seleção já está feita. Esperamos agora que a alteração seja aprovada”.
Cristiane Reis da Silva é uma das candidatas. “Tenho 38 anos, não tinha emprego e o bingo me deu. Para quem está desempregado e com três filhos para cuidar qualquer coisa serve”, comentou.
O técnico em informática, Teddy Mayer, 29, também é a favor da alteração na lei. “além de abrir emprego, vai dar diversão à população”, justificou.
Pessoas contrárias ao projeto também compareceram à sessão. Luizinho chegou a se desentender com munícipes que o cercaram na entrada do plenário. “Isso é normal. Ninguém é mais democrático do que eu, só que a minha opinião tem que ser respeitada. Não tenho que legislar para agradar ‘A’ ou ‘B’, e sim por aquilo que é melhor”, disse.
Para o estudante Bruno Funchal, 19, o bingo é “uma atividade concentradora de renda que tira dinheiro do pobre para beneficiar os ricos. Enquanto um ganha, outros 100 perdem”.